26 novembro, 2006

Salário mínimo na União Europeia (2006)

Salários na União Europeia (Euros)
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Luxemburgo: 1.503
Irlanda: 1.293
Holanda: 1.273
Reino Unido: 1.269
Bélgica: 1.234
França: 1.218
Grécia: 668
Espanha: 631
Malta: 580
Eslovénia: 512
PORTUGAL: 450 (Incluí subsídio de refeição. Valor real é de 385,90 euros)
Turquia: 331
República Checa: 261
Hungria: 247
Polónia: 234
Estónia: 192
Eslováquia: 183
Lituânia: 159
Letónia: 129
Roménia: 90
Bulgária: 82
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Fonte: Eurostat
Nota - O Eurostat conta os rendimentos brutos com subsídios.
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Talvez valha a pena pensar nisto, não é?

20 novembro, 2006

Pago... logo exigo...

"Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social. O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social. E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 27,5 euros. Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 69 euros (o que sobrou dos 100 euros que o meu patrão me pagou), o Estado, e muito bem, fica com 14,5 euros para si.

O supermercado também vai entrar na roda dos pagamentos ao Estado, com os meus 69 euros.
Vejamos:
- Os meus 69 euros e os 69 euros dos outros clientes vão servir para pagar ordenados aos trabalhadores, aos gerentes, aos fornecedores, etc.. Portanto, os meus 69 euros vão ser divididos por IVA, IRS, SS, IRC (=ESTADO), mercadorias, restos de vencimento para irem a outros estabelecimentos comprar mercadorias (e lá vamos outra vez ... (=ESTADO).

Em resumo:
Quando ganho 100 euros, e tenho que comprar aquelas coisitas a que viver obriga, o Estado fica com cerca de 45 euros (20+11+14,5). Se gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 21 euros. Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 27,5 euros. Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

Eu pago, e acho muito bem...

Portanto EXIJO:
- Um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para os meus filhos;
- Serviços de saúde exemplares;
- Hospitais bem equipados e localizados ao alcance de todos;
- Estradas sem buracos e bem sinalizadas em todo o país;
- Auto-estradas sem portagens;
- Pontes que não caiam;
- Tribunais com capacidade para decidir processos com celeridade;
- Uma máquina fiscal que faça a cobrança igualitária dos impostos.

Eu pago, e por isso quero ter:
- A reforma garantida (quando lá chegar);
- Jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros;
- Polícia eficiente e equipada;
- Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público;
- Uma orquestra sinfónica;
- Filmes criados em Portugal;
- E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra...

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita...

Portanto, Srs. Governantes, GOVERNEM-SE!"

O dinheiro que "lhes dou" concede-me o direito de exigir tudo isto, não é?
Texto recebido por mail

16 novembro, 2006

Valores da Vida…

Segundo uma lenda… certa mulher pobre, com uma criança ao colo, passando diante de uma caverna, escutou uma voz misteriosa que dizia lá de dentro:
- Entra e apanha tudo o que desejares, mas não te esqueças do principal. Lembra-te, porém, de uma coisa: Depois de saíres, a porta fechar-se-á para sempre. Portanto, aproveita a oportunidade, mas não te esqueças do principal.



A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no avental.
A voz misteriosa falou novamente:
- Já só tens oito minutos.


Esgotados os oito minutos, a mulher, carregada de ouro e de pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta fechou-se...

Lembrou-se, então, de que a criança ficara lá dentro. Mas a porta já estava fechada... para sempre! A riqueza durou pouco e o desespero, sempre! Temos uma média de 80 anos para viver e há uma voz que sempre nos adverte, de vez em quando: "Não te esqueças do principal!"

O principal são os valores…, a família…, os amigos…, a vida! Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais fascinam-nos tanto que o principal vai ficando sempre de lado... Assim, esgotámos o nosso tempo aqui, e deixámos de lado o essencial.

Quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações… não é?
Pensa no que para ti é essencial…

Um amigo enviou-me este texto por e-mail… Obrigado!

E, já agora, não te esqueças do essencial…
Talvez valha a pena pensar nisto, não é?

Os professores em Portugal, afinal, não são assim tão maus...

Consulte a última versão (2006) Education at a Glance, publicado pela OCDE.

Se for à página 58, verá desmontada a convicção generalizada de que os professores portugueses passam pouco tempo na escola e que no estrangeiro não é assim.



É apresentado no estudo o tempo de permanência na escola, onde os professores portugueses estão em 14º lugar (em 28 países), com tempos depermanência superiores aos japoneses, húngaros, coreanos, espanhóis, gregos, italianos, finlandeses, austríacos, franceses, dinamarqueses, luxemburgueses, checos, islandeses e noruegueses!

No mesmo documento de 2006 poderá verificar, na página 56, que os professores portugueses estão em 21º lugar (em 31 países) quanto a salários!

Na página 32 poderá verificar que, quanto a investimento na educação em relação ao PIB, estamos num modesto 19º lugar (em 31 países) e que estamos em 23º lugar (em 31 países) quanto ao investimento por aluno.

E isto, o ME não manda publicar...

Não tem problema.

Já estamos habituados a fazer todos os serviços, não é?

11 novembro, 2006

S. Martinho

Reza a lenda que São Martinho pertencia às legiões do imperador Justino. Num certo dia, em pleno Inverno, sob vendaval e neve, equipado e armado, montado cavalo, S. Martinho viu, às portas de Amiens, um mendigo seminu, tiritando de frio. O Santo sofreou o cavalo, pegou na espada e cortou ao meio a sua capa de agasalho, dando metade dela a esse peregrino. Envolto na outra metade, S. Martinho sacudiu a rédea e prosseguiu a viagem no meio da tormenta. Porém, subitamente a tempestade desfez-se, aparecendo assim um sol resplandecente. Segundo a mesma lenda, para que não apagasse da memória dos homens a notícia deste acto de bondade, Deus dispôs que em cada ano, na mesma época em que São Martinho se desapossou da metade da sua capa, que se interrompesse o frio e que sorrisse o céu e a terra.

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O dia de S. Martinho é invocado nas cerimónias religiosas e o seu espírito de solidariedade lembrado através do relato do episódio em que partilhou a sua capa com um pobre.
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Um pouco por todo o lado, as pessoas andam ocupadas nas actividades mencionadas nos provérbios associados a este dia: assam-se castanhas e prova-se o vinho... não é?

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Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho.
Martinho bebe o vinho, deixa a água para o moinho.
No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
Veräo de S. Martinho são três dias e mais um bocadinho.

06 novembro, 2006

Pena de morte

Recorro ao texto do chefe de redacção do Jornal de Notícias para manifestar a minha total oposição à pena de morte. Ciente de que os defensores da pena de morte poderão apresentar vários motivos para a justificar, não me parece honesto querermos aplicar algo que condenámos: a morte/assassinato de alguém. Para além disso, parece-me que a atitude de grandes potências mundiais perante a condenação à morte de Saddam é, no mínimo, hipócrita.
Bem, talvez ainda não tenham tido tempo de pensar nisso, não é?
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"Londres aplaude. Paris pouco diz. Berlim idem. De Portugal, pioneiro na abolição da pena de morte, nem uma palavra do presidente ou do primeiro-ministro. A Dinamarca condena, mas? Salvam- -se a presidência finlandesa da União Europeia e, claro, Zapatero.
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Exceptuando a evidência das palavras do primeiro-ministro espanhol, os líderes europeus encolheram-se na comodidade das reacções mitigadoras da condenação à morte de Saddam Hussein, pela Justiça iraquiana. Criada e manuseada, recorde-se, pela invasão do país. Uma Europa desavinda, covarde e fraca, que compromete por omissão os valores fundamentais que presidem à sua construção. Uma Europa embaraçada, dirigida por um homem, português, que serviu de anfitrião nos Açores ao planeamento da tragédia de vítimas civis inocentes em que se tornou o Iraque. Uma Europa servil do actual poder político dos Estados Unidos, um dos países do Mundo com mais execuções.
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Não se trata aqui de caucionar os crimes contra a humanidade perpetrados pelo ditador iraquiano, que deve responder pelos seus actos. Trata-se apenas de não querer viver num Mundo que caminha para o abismo do desrespeito pelos direitos humanos. Trata-se de viver numa Europa que enterra a cabeça na areia, fingindo não ser relevante o número 2 da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais. "Ninguém pode ser condenado à morte, nem executado". Uma Europa assim há-de querer transformar-nos em seres amorfos."