30 julho, 2009

40 chicotadas por se ter vestido de forma "indecente"


"Uma jornalista sudanesa acusada de andar vestida de forma "indecente" - com calças - pode vir a ser condenada a 40 chicotadas, se for condenada por crime contra a ordem e moral pública no Sudão.
Lubna Ahmed al-Hussein (…) foi presa no início de Julho em Cartum, a capital do país, quando se encontrava no interior de um restaurante.
Os polícias pediram a todas as mulheres vestidas com calças para os acompanharem e, dois dias mais tarde, dez das 13 foram convocadas pela esquadra do centro da cidade onde tiveram de se deslocar para levar 10 chicotadas cada uma, disse a jornalista.
As outras três mulheres, entre elas Lubna Ahmed al-Hussein, foram acusadas de violar o artigo 152 do código penal sudanês, que prevê uma pena de 40 chicotadas para quem cometa um acto indecente, viole a moral pública ou vista roupas indecentes.
Contrariamente a outros países da região, as mulheres estão muito presentes na vida pública do Sudão, país maioritariamente muçulmano, mas algumas leis continuam a ser discriminatórias, denunciam as organizações de defesa dos Direitos do Homem." (DN)
não é?
não é?

Indecente, não é?
Não é fácil aceitar estas atitudes. Cá está mais um enorme choque cultural entre os países muçulmanos e o Ocidente... Se bem que, digo eu, estas atitudes discriminatórias deviam ser aplicadas no nosso país. Não, não tem nada a ver com as calças... nem com a falta delas...
não é?
Dei por mim a pensar, às vezes também faço isso, que se a nossa cultura permitisse "distribuir umas chibatadas" por alguns dos nossos políticos, por alguns dos nossos ilustres gestores e afins, talvez não se verificassem tantas cenas tristes na Assembleia da República - e fora dela - nem existessem os casos BPN, BPP, FREEPORT, e outros que tais... a lista continuaria... não é?
não é?
Mas já estou a ver... era preciso constituir comissões e mais comissões para decidirem quem daria as chibatadas... não é?
não é?

24 julho, 2009

Avaliar professores é fácil?

Editorial

Não! A avaliação de professores não é uma tarefa simples. Que o digam os supervisores que, durante décadas, promoveram a formação inicial e permanente dos nossos docentes. Para avaliar professores requerem-se características pessoais e profissionais especiais, para além de uma formação especializada e de centenas de horas de treino, dedicadas à observação de classes e ao registo e interpretação dos incidentes críticos aí prognosticados.

Cuidado com as ratoeiras! Quem foi preparado para avaliar alunos não está, apenas pelo exercício dessa função, automaticamente preparado para avaliar os seus colegas...

A avaliação de professores é uma tarefa complexa. Desde logo, requer um perfil específico do avaliador. Ou seja, nem todos os professores reúnem as condições para avaliarem. O avaliador terá que ser uma pessoa com conhecimentos especializados, com enorme sensibilidade, com capacidade analítica e de comunicação empática, com experiência de ensino e elevada responsabilidade social. Terá que ser um profissional que sabe prestar atenção, sabe escutar, sabe clarificar, sabe encorajar e ajudar a encontrar soluções, sabe dar opiniões, e que sabe ainda negociar, orientar, estabelecer critérios e assumir todo o risco das consequências da sua acção.

É necessário que domine com rigor as técnicas de registo e de observação de aulas, conheça as metodologias de treino de competências, os procedimentos de planeamento curricular, e as estratégias de promoção da reflexão crítica sobre o trabalho efectuado.

Escolher um avaliador obriga a uma selecção aturada, fundamentada, baseada em critérios de indiscutível mérito e, depois, a uma demorada formação específica e especializada. Para que uma avaliação tenha consequências, o avaliado não pode ter quaisquer dúvidas sobre o mérito do avaliador.

Avaliar é uma tarefa periscópica. O avaliador é chamado a pronunciar-se sobre inúmeros domínios sobre os quais se reflecte o pluridimensional acto de ensinar. Quando avalia, olha o professor sobre variadíssimos ângulos e prismas: aprecia o professor enquanto pessoa, como membro de uma comunidade profissional, como técnico qualificado na arte de ensinar e como especialista das matérias que ensina.

Por outras palavras o avaliador avalia o professor em vertentes tão diferenciadas quanto o são o seu ser, o seu saber e o seu saber fazer. Logo, o avaliador tem que estar atento a um grande número de variáveis que intervêm na função docente: variáveis de produto, de processo, de presságio, de carácter pessoal e profissional...

O avaliador recolhe elementos que permitam avaliar, e depois classificar, o professor enquanto tenta responder às seguintes questões: Onde ensina? O que é que ele ensina? Como é que ensina? O que aprendem os seus alunos? Como se auto avalia? Que capacidade tem para reformular a sua actuação? Com que profundidade domina as matérias que pretende ensinar?
O avaliador não trabalha com o professor apenas na sala de aula. Ele tem que apreender o modo como o professor se envolve com os seus alunos numa situação de classe, mas também como este se implica junto da comunidade escolar e na sociedade que envolve a escola. Porque trabalha com ele como profissional, mas também enquanto pessoa.

Formar um avaliador leva tempo, elevadas doses de paciência, muito treino e conhecimento especializado. A escolha de um avaliador não pode ser casual e, sobretudo, não pode depender de critérios político administrativos.

Porquê? Porque o avaliador tem que saber verificar não só o que os professores fazem, mas também como o fazem e, simultaneamente, garantir a melhoria da qualidade da sua intervenção na sala de aula, bem como a qualidade do produto, isto é, da aprendizagem dos alunos.

Por isso mesmo a avaliação de um professor não pode ser uma actividade episódica, pontual e descontinuada. A avaliação de um professor requer uma actividade continuada, porque importam mais as actividades de reformulação que venham a ser consideradas do que o simples diagnóstico da sua actual situação. A avaliação de um professor é então uma actividade projectada no futuro.

Avaliar um professor é, pois, dizíamos, uma tarefa muito, mesmo muito complexa. Simples, muito simples mesmo, é avaliar um ministro que pensa ser possível reduzir a avaliação dum professor a uma mera empreitada administrativa, compilada em duas páginas de panegíricos ou de recriminações.
João Ruivo
ruivo@rvj.pt
http://www.ensino.eu/home.html

We Will Survive

Igudesman & Joo + Kremer & Kremerata
não é?
Grande performance...
não é?

não é?

E tu... o que fazes?

Filme sobre a fome e a pobreza resultante da globalização.
Dez mil pessoas morrem todos os dias de fome e malnutrição.
não é?
O filme mostra uma parte esquecida da sociedade...
não é?
não é?
não é?
Por vezes também esquecemos, não é?

11 julho, 2009