06 novembro, 2006

Pena de morte

Recorro ao texto do chefe de redacção do Jornal de Notícias para manifestar a minha total oposição à pena de morte. Ciente de que os defensores da pena de morte poderão apresentar vários motivos para a justificar, não me parece honesto querermos aplicar algo que condenámos: a morte/assassinato de alguém. Para além disso, parece-me que a atitude de grandes potências mundiais perante a condenação à morte de Saddam é, no mínimo, hipócrita.
Bem, talvez ainda não tenham tido tempo de pensar nisso, não é?
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"Londres aplaude. Paris pouco diz. Berlim idem. De Portugal, pioneiro na abolição da pena de morte, nem uma palavra do presidente ou do primeiro-ministro. A Dinamarca condena, mas? Salvam- -se a presidência finlandesa da União Europeia e, claro, Zapatero.
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Exceptuando a evidência das palavras do primeiro-ministro espanhol, os líderes europeus encolheram-se na comodidade das reacções mitigadoras da condenação à morte de Saddam Hussein, pela Justiça iraquiana. Criada e manuseada, recorde-se, pela invasão do país. Uma Europa desavinda, covarde e fraca, que compromete por omissão os valores fundamentais que presidem à sua construção. Uma Europa embaraçada, dirigida por um homem, português, que serviu de anfitrião nos Açores ao planeamento da tragédia de vítimas civis inocentes em que se tornou o Iraque. Uma Europa servil do actual poder político dos Estados Unidos, um dos países do Mundo com mais execuções.
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Não se trata aqui de caucionar os crimes contra a humanidade perpetrados pelo ditador iraquiano, que deve responder pelos seus actos. Trata-se apenas de não querer viver num Mundo que caminha para o abismo do desrespeito pelos direitos humanos. Trata-se de viver numa Europa que enterra a cabeça na areia, fingindo não ser relevante o número 2 da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais. "Ninguém pode ser condenado à morte, nem executado". Uma Europa assim há-de querer transformar-nos em seres amorfos."

1 comentário:

Elden disse...

Quem mata não merece morrer???
Fico na dúvida